"...e assim viveram felizes para sempre"
Essa era a frase que Dani - com cinco anos - e sua gata Filó sempre escutava do seu pai quando terminava de contar estórias para dormir. Dizia que escutaria essa frase quando ela, a gata Filó e seu pai - o seu único amor - estivessem bem velhinhos. Os dois sentados em uma cadeira de balanço de mãos dadas e a gata brincando com o novelo de lã azul. Para ela, seu pai nunca a abandonaria. Ele era o único homem que podia pegar em sua mão, abraçar e dar beijinhos no rosto. Dani não queria saber dos meninos da sua idade, eles eram infantis e mau educados - dizia baixinho no ouvido do seu pai quando a buscava na escolinha.
As estações passaram.
Dani percebeu que aquele amor, era amor de filha para pai, o amor que seria o seu porto seguro. As paixões por meninos da sua idade ou um pouco mais velhos foram acontecendo. Tudo era desculpa para ficar por perto: música lenta, conversas ao telefone, no portão, bilhetinhos. Paixões da adolescência. Entrou para a faculdade. Descobriu o amor: o calor no corpo, as mãos frias, tremedeiras, palavras engasgadas. Nunca tinha sentindo por nenhum menino o que sentia pelo Bruno. Casou no sítio em um caminho de pétalas de rosas. Mais algumas estações e conheceu o outro significado da palavra amor: o de ser mãe. E, não esquecendo da gata, essa já era a tataraneta da Filó: Filozita.
Chegou o frio. Dias cinzas, como avisou o mocinho do tempo.
E o vento levou embora o seu mais completo amor. E foi assim, aos 35 anos, conheceu o outro lado: o da dor, o da perda. Dani perdia seu pai. Sabia que esse dia chegaria, mas nunca teve a coragem de se preparar para ele. Mesmo vendo a velhice o derrotando, não conseguia pensar na morte do homem da sua vida. Ela sabia que a frase não seria para os dois. Mas, pelo menos, no início do inverno, sentou junto ao seu pai na cadeira de balanço, e com um abraço e com um beijo, selaram o amor eterno.
Depois do tenebroso inverno, a primavera. Sentada na varanda do sítio, onde se casou, com o chapéu na mão, em frente ao jardim de rosas brancas, Dani foi coberta por beijos e afagos e uma mão pequena lhe deixou um livro. A estória da sua família: Bruno e seus três filhos. Além de frases contando até o agora, fotos do casamento, das pequenas crianças, da família da Filo, faziam parte do livro de capa dura. Com a emoção nos olhos ela leu a última frase do livro: "... e assim viveram felizes para sempre".
Dani ainda com os olhos chorosos, voltou ao jardim de rosas brancas e no meio plantou quatro rosas vermelhas, para ela, as rosas mais belas, mais insubstituíveis, mais amadas do seu grande jardim.
As estações passaram.
Dani percebeu que aquele amor, era amor de filha para pai, o amor que seria o seu porto seguro. As paixões por meninos da sua idade ou um pouco mais velhos foram acontecendo. Tudo era desculpa para ficar por perto: música lenta, conversas ao telefone, no portão, bilhetinhos. Paixões da adolescência. Entrou para a faculdade. Descobriu o amor: o calor no corpo, as mãos frias, tremedeiras, palavras engasgadas. Nunca tinha sentindo por nenhum menino o que sentia pelo Bruno. Casou no sítio em um caminho de pétalas de rosas. Mais algumas estações e conheceu o outro significado da palavra amor: o de ser mãe. E, não esquecendo da gata, essa já era a tataraneta da Filó: Filozita.
Chegou o frio. Dias cinzas, como avisou o mocinho do tempo.
E o vento levou embora o seu mais completo amor. E foi assim, aos 35 anos, conheceu o outro lado: o da dor, o da perda. Dani perdia seu pai. Sabia que esse dia chegaria, mas nunca teve a coragem de se preparar para ele. Mesmo vendo a velhice o derrotando, não conseguia pensar na morte do homem da sua vida. Ela sabia que a frase não seria para os dois. Mas, pelo menos, no início do inverno, sentou junto ao seu pai na cadeira de balanço, e com um abraço e com um beijo, selaram o amor eterno.
Depois do tenebroso inverno, a primavera. Sentada na varanda do sítio, onde se casou, com o chapéu na mão, em frente ao jardim de rosas brancas, Dani foi coberta por beijos e afagos e uma mão pequena lhe deixou um livro. A estória da sua família: Bruno e seus três filhos. Além de frases contando até o agora, fotos do casamento, das pequenas crianças, da família da Filo, faziam parte do livro de capa dura. Com a emoção nos olhos ela leu a última frase do livro: "... e assim viveram felizes para sempre".
Dani ainda com os olhos chorosos, voltou ao jardim de rosas brancas e no meio plantou quatro rosas vermelhas, para ela, as rosas mais belas, mais insubstituíveis, mais amadas do seu grande jardim.
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