quarta-feira, agosto 10, 2005

“era uma viagem inventada no feliz;
para ele, produzia-se em caso de sonho”
Guimarães Rosa



"Ô menino" - chamam. Não tinha nome, ninguém sabia seu nome, e como ele já respondia a esse chamado não interessava a ninguém saber a "sua graça". Apareceu na vila há uns dois anos. Dorme no canteiro da cidade, acorda na porta da padaria do Seu Almeida, a espera do pedaço de pão e um copo de leite. Seu Almeida gostava do Menino, "sorri com os olhos, pobre Menino guri", dizia para a sua clientela.
Não era só o padeiro, a dona Gertrudes, a do cinema que fica ao lado da padaria, também era só amores com o Menino. A tardinha, quando o sol se despede da cidade na sua cor alaranjada, a dona abre as cortinas vermelhas do seu pequeno mundo de magia para o menino assitir aos filmes mudos, preto e branco, para então, sonhar, variados sonhos, na noite que chegava. "Sorri com a alma, o Menino pixote", dizia para os seus cinéfilos.
A lua iluminava o ponto central da cidade, o cheiro da dama da noite o chama para fechar os pequenos olhos pretos, perto das flores do canteiro. Seu Florêncio e Dona Violeta, os jardineiros, deixam sempre arrumado o cantinho: colchonete, travesseiro e uma manta. "Sorri com o sonho, o Menino moreno".

3 Comentários:

Blogger Pee disse...

extremamente lúdico. ficou lindo !!!! beeeijos.
Pi

5:06 PM  
Anonymous Anônimo disse...

Menina dos olhos e cabelos da cor da terra, que seus sonhos sejam sempre cheios de flor, cor e cheirinho de dama da noite!

5:07 PM  
Blogger Daniella Machado disse...

Oi fia depois da uma ida no meu blog e le o textinho em espanhol que postei
bjuuuu

11:51 PM  

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