quarta-feira, janeiro 24, 2007

Amelie olha para a roda gigante apertando os dedos da mãe. Nunca tinha visto tamanho brinquedo. Não queria sair dali, da terra firme, rezava para que os seus sapatinhos vermelhos colassem no chão, assim não teria que girar na roda gigante. O pai a coloca nos ombros, Amelie percebe que a sola dos sapatos não era de cola. A cada passo do pai, a roda gigante crescia. Lembrou da mocinha feiticeira que mexia o nariz para resolver ou sair de qualquer problema, que sua mãe conta antes de dormir. E tentou uma, tentou duas... só a boca mexia, nem sinal do nariz mexer. Amelie suspirou e baixou a cabeça.Ela viu o seu vestido de borboletas e flores, sem pensar duas vezes, pediu para o céu um vento daqueles para que as borboletinhas e as flores a levassem dali. A mãe lhe deu um algodão doce. Amelie soprou com toda a sua força para cima pedindo ao vento para dar meia volta. Ela não queria ir de cara naquela nuvem rosa de açúcar. Quando voltou a olhar para frente, viu que não tinha mais jeito, estava na fila da roda gigante. Seu pai a colocou no chão. Respirou fundo, ao entrar no brinquedo pisou com o pé direito, sentou grudada com a mãe. E subiu. Amelie não conseguia abrir os olhos. A mãe disse para não ter medo.
- Daqui a pouco, minha menina, você poderá ver toda a cidade e se tiver sorte poderá encostar as mãos em uma nuvem, disse a mãe no ouvido de Amelie. A roda gigante parou de rodar. Ela sentiu um ventinho na ponta do nariz, abriu os olhos, estava nas alturas, as pessoas pareciam formiguinhas vistas de lá. Olhou para o horizonte, um belo horizonte. Os prédios cabiam em suas mãos. Gostou do que viu e viu o que muitas crianças da sua idade ainda não tiveram a oportunidade de ver. Dava até para ver o mar - contava a corajosa e a animada Amelie, para os seus coleguinhas.

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