quinta-feira, setembro 29, 2005

Chuva do outro lado da janela. Você esta andando do outro lado da janela.
E saiu sem dizer adeus. Será que ainda volta? - penso olhando para os pingos que escorregam pela janela.
A chuva aumenta. Sento na cama, olho para o puf azul, e pergunto: "como foi acontecer. isso não vai acabar bem".
Você molhado entra pelo quarto, com um sorriso no canto da boca, pega o guarda-chuva em cima do puf e responde: "na pressa esqueci de olhar para o céu".
Um beijo de até logo e volta para o outro lado.
Sossegada, volto a deitar na cama, e fazendo montinhos com a coberta: "sei que agora retornará bem para casa" - penso antes de dormir mais um pouco, antes de chegar a minha vez de enfrentar a água que cai lá fora.

quarta-feira, setembro 21, 2005

Mais uma do fundo do baú

O vento pede licença e diz que tem uma mensagem de longe.
A mensagem é de uma terra onde espera.
Ela vem como uma brisa que toca no rosto, e nos lábios deixa um gosto salgado.
Vem como uma canção.
Canção do poetinha vagabundo, a "mais linda e a mais cheia de graça".

A resposta é enviada no brilho dos olhos daquela menina.
Flor amarela é lançada para o jardim de lá, amarela simbolizando alegria, amarela simbolizando mudanças.
Uma lágrima contorna a face do rosto, já faz parte da saudade, saudade da terra que deixa, saudade da vida que fica.

terça-feira, setembro 20, 2005

nunca pensei em ser jornalista, mas sei brincar com as palavras.
nunca pensei em ser atriz, mas sou apegada ao palco.
nunca pensei em ser dançarina, mas começo a mexer o ventre.
nunca pensei, mas amo cada um. e aprendo com eles.

quinta-feira, setembro 15, 2005

quem sabe um dia o vento der bom dia.
e com ele partir para Espanha,

e lá:
quem sabe, em Madri, tomar um café da manhã com Almodovar
almoçar em Valência para experimentar a paella
conhecer a noite de Barcelona, brincar de dançar com o flamenco
depois partir para Figueiras e entrar no mundo surrealista do teatro-museu Dali.

quem sabe um dia o vento pode abraçar no alto daquela montanha.

terça-feira, setembro 13, 2005




Beatriz tropeça ao sair do elevador. Cadernos espalhados pelo chão. No chão em frente a porta da sua casa, um cahorro com um pedido.

O cachorro já um pouco velho, mas com o mesmo jeitinho de bichinho pidão, mudou de casa. Da estante branca olha para a pequena Sofia. No colo da mãe Beatriz. E que no momento recebe o beijo de boa noite, do dono da idéia e pai Pierre. No chão perto da cadeira de balanço, espreguiçando e bocejando, esta Pimbo, o cachorro da família.

sábado, setembro 10, 2005

Av. Sem Flores, número 100.

Batem na porta da cobertura.

- Um minuto da sua atenção, por favor!
- Com todo prazer. responde o senhor da bermuda vermelha florida.
- Os vizinhos pedem que às seis horas jogue damas da noite de sua varanda.

E é assim, no prédio sem jardim. Já que as flores não podem ser moradoras, ficam sendo visitantes. Graças ao vento e o senhor da bermuda que mora quase perto do céu.
E segue assim:
Manhã: margaridas.
Tardinha, começo da noite: damas da noite.

Mês que vem haverá uma reunião dos moradores para decidirem quais outras flores serão as escolhidas para descerem do azul.

sexta-feira, setembro 09, 2005

"ai, minha Portela
Quando vi você passar
Senti meu coração apressado
Todo meu corpo tomado
A alegria de voltar"

o samba levará minha tristeza para bem longe.

segunda-feira, setembro 05, 2005

noite no quarto de frente para o mar, iluminado por velas brancas.
não desejo seu sexo. apenas, o seu beijo.
e assim, despedidas vezes, te beijo.