sexta-feira, setembro 29, 2006

(puxando o pai pela blusa)
- queria ser como aquela borboleta, asas pintadas de azul, que descansa na rosa-flor da Praça da Liberdade.

segunda-feira, setembro 18, 2006

cheiro de terra molhada. vontade de ir lá fora, descalça.
sentir.

quarta-feira, setembro 13, 2006

moça do apartamento branco seus dedos tocam uma composicão de Bach. seu gato peludo mestiço sentado na janela, acompanha a melodia, mexendo as orelhas, enquanto olha atento para o aquário do vizinho.
embaixo, mora seu Pascoal, zelador do prédio. varanda arranjada, sentado em uma cadeira estofada e já bem usada, com uma caneca de leite quente nas mãos. bem atento ao que ouvia. ele adora as noites de quarta, dia do piano tomar vida depois das aulas de música da Clarice. No dia seguinte, nunca disse nada. apenas um sorriso ao vê-la passar.

domingo, setembro 10, 2006

Terrinha boa esta das montanhas, mostra ao mundo a poesia da dança.

E foi assim, que nesse sábado tive o prazer de conferir, pela primeira vez, duas apresentações do Grupo Corpo: "Missa do Orfanato, de 1989" e "Ongotô, de 2005". E puxa, puxa, fiquei emocionada ao ver a criação, o desenvolvimento e a evolução deste grupo mineiro com 20 anos de estrada.

21 bailarinos. corpos pesados a corpos leves.

"onde pode acolher-se um fraco humano.
onde terá segura a curta vida.
quando não se arme e se indigne o Céu sereno
contra um bicho de terra tão pequeno?"
tão pequeno
Caetano Veloso sobre poema de Luís Camões

sexta-feira, setembro 08, 2006

está sendo uma boa companhia para os meus dias mais ou menos*

"... buriti - verde que afina e esveste, belimbeleza ... "

"Saímos dali num pintar de aurora"

"Despedir dá febre"

"Era como se eu tivesse de caçar emprestada uma sombra de um amor"

"E, de manhã, os passáros, que bem-me-viam todo tal tempo"

"A lembrança da vida da gente se guarda em trechos diversos, cada um com seu signo e sentimento, uns com os outros acho que nem se misturam"

"... aquilo molhou minha idéia"

"E o que mais foi, foi um sorriso. Isso chegasse? Às vezes chega, às vezes"

"Medo de errar é que é a minha paciência"

"Coracão mistura amores"

"Me alegrei de estrelas"

"Do vento. Do vento que vinha, rodopiado. Redemoinho: o senhor sabe - a briga de ventos. O quando um se esbarra no outro, e se enrolam, o doido espetáculo"

"Travessia de minha vida"

"Flores pelo vento desfeita"

*Grande Sertão: Veredas
João Guimarães Rosa


tantas nessa imensidão de palavras. algumas achadas. outras a espera. isso tinha mesmo que ter um fim?

terça-feira, setembro 05, 2006

A reação foi jogar o porta retrato com nossa foto na parede da sala. Na TV começava "Atração Fatal", no rádio do vizinho do papagaio mudo uma melacólica música de uma melancólica banda.

O dia não estava para flores nem para cores, sabia! Apenas uma mensagem deixada na secretária eletrônica. Uma mensagem covarde. Porque você, sim você aí, preferiu dizer para uma voz gravada que não me amava mais. Ficou com medo de olhar nos meus olhos. Medo das minhas lágrimas. Lógico que ia chorar, estou chorando, PORRA!!! AINDA TE AMO!!!

Fique tranquilo, não sou igual a personagem da Glenn Close. Mas como já destrui o porta retrato lindo que sua mãe nos deu de presente de Natal. Aproveito para dizer que coloquei suas roupas e objetos num cesto e botei fogo, então, não precisa passar lá em casa para apanhar as suas coisas. Elas estão cinzas como a minha dor.

Desejo a você toda felicidade.
Um abraço,
Carmelita das Graças

* assim, ela saiu de cabeça erguida abraçada a um megafone da frente do prédio da mãe do Dagouberto Fulgêncio. Para onde mais ele iria???

sexta-feira, setembro 01, 2006

pausa durante momento cinza:

Vander Lee e Moska sentado em dois banquinhos acompanhados com seus violões e cantando "Romantico".

mais uma pausa:
no final de semana. para a pessoa mais importante e querida deste mundinho azul,
Malu, mãe minha sempre!