sexta-feira, dezembro 30, 2005

sou artista do meu destino.

um começo.
apenas o começo.

segunda-feira, dezembro 19, 2005

Churumela percebeu que suas asas não teriam forças para continuar a viagem. A noite estava muito fria. Foi então, que se aproximou da janela de madeira da casa de tijolos e com as pequenas asas limpou o vidro embaçado do quarto mais alto. Assim viu: quarto amarelo, casa de boneca, pufes e um vasinho de flor. Menina deitada na cama branca abraçada ao urso marrom desbotado, jardim com balas e uma fada lhe visitando. Churumela queria entrar, precisava se aquecer para voltar ao mundo das cores, o seu mundo colorido.
Por conta do frio, suas asas ficaram descontroladas e numa das batidas, o vidro se deslocou, dando passagem para a borboleta.
A fada se escondeu atrás da palmeira de papel. Em uma olhadinha, curiosa a danadinha, percebeu que a pequena borboleta precisava de uma ajudinha. A asa ficou presa. Agarrada ao corpo da borboleta, as duas foram puxando, cuidadosamente, e ao soltarem a asinha, as duas voaram direto para a casa de boneca, bem no sofá da sala de estar. Churumela balançando as asas para ver se estava tudo em ordem, agradeceu, mas só viu o rastro dourado deixado pela fadinha: - até que enfim vi uma fada. e por sinal muito linda!
Com dificuldade, pois, as asinhas ainda estavam congeladas, a borboleta conseguiu chegar até ao vaso da flor grande vermelha. Ali estaria a sua salvação, um cantinho aconchegante e quentinho.
Começou a fechar os olhos para um longo descanso e foi aí que escutou um: “psiu!”. Olhou para o outro lado da cama, lá estava a dona do “psiu”. A boneca, que não era de pano, mas tinha os cabelos roxos, um chapéu azul e um sorriso grande, e com a cabeça fazia um sinal para Churumela ir até ela.
As cores do vestido encantaram Churumela que a fez lembrar do seu mundinho. E a boneca, então, perguntou se ela, a borboletinha, não poderia ficar embaixo do vestido para se aquecer. Ainda vidrada nas cores, perguntou o porque. A boneca respondeu que queria um favor. E sem mexer os olhinhos a borboleta queria saber qual era o favor. Foi aí que ficou sabendo que a boneca também pertencia ao mundo das cores e que lá encontraria Lakshmi: uma moça branquinha, bochechas rosadas , com cabelos vermelhos e que seria sua protetora.
Churumela não achou estranho, pois tinha certeza que já tinha visto a mocinha em algum lugar.
Sim, sim! deitada no colo de um mocinho, todos os sábados de manhã, em um jardim com um lago cheio de flor de lótus. O mocinho, a cada sábado, levava um livro diferente. E a cada sábado, Lakshmi escutava uma história diferente, enquanto, contemplava a flor. Assim nunca esqueceu da mocinha pois também gostava de flores e cores.
Churumela, a borboleta vermelha e preta e de crochê, então fez assim: esquentou-se debaixo do vestido da boneca simpática e logo que o sol acordou, dentro do vestido, a borboleta, começou a bater suas asas e levou a boneca, aproveitou, e também levou a flor grande para a terra das cores, para enfeitar o jardim de Laksmim querida.

domingo, dezembro 11, 2005

todo domingo é de Chico Buarque!
preciso deste lembrete na agenda para não esquecer de assistí-lo no próximo domingo.
hunf!

sexta-feira, dezembro 09, 2005


ainda montarei um jardim para vocês... adoro saber que estão por perto.
pedi para a fada caylla chamar o arco-iris para espantar as nuvens. mas ela encontrou as cores dormindo. diz que deviam estar cansadas de tanto lutar com o cinza-preto-pode dar em chuva na manhã desse dia.
caylla pensou então no seu posinho amarelo brillhante - lembranças do posinho da sininho, é pura coincidência - que dá um coceirinha no nariz e afesta objetos e seres indesejáveis, mas o Sr. Ventão, soprou para não sei onde. avistamos umas máquinas, tratores, serras se afastando da serra do curral, pelo menos o posinho serviu para outra coisa - deixar o verde.
voltamos a olhar para o céu. lá estava - cinza. ficamos sem saber o que fazer.
e então, olhei para a caylla e a convidei para ajudar no meu jardim, pelo menos, o dia não terminou sem cores.

sexta-feira, dezembro 02, 2005

"...preparado naquela noite para tudo, me deitei de barriga pra cima à espera da dor final no primeiro instante de meus noventa e um anos. Ouvi sinos distantes, senti a fragrância da alma de Delgadina dormindo de lado, ouvi um grito no horizonte, soluços de alguém que talvez tivesse morrido um século antes naquela mesma alcova. Então apaguei a luz com o último suspiro, entrelacei meus dedos com os dela para levá-la pela mão e contei as dose badaladas da meia-noite com minhas doze lágrimas finais..."

Memória de minhas putas tristes
Gabriel García Márquez